• Início
  • Journal
  • Óculos de ciclismo e os erros mais cometidos
  • Óculos de ciclismo e os erros mais cometidos

    Óculos de ciclismo e os erros mais cometidos

    Que catástrofe seria um carro sem o para-brisas. E que caos seria se a gente usasse um para-brisa de Fusca em uma Hilux.

    Outro problema seria não usar a vedação correta entre o vidro e a lataria. Ou que não tivesse um sistema para desembaçar o vidro nos dias de chuva. E se estiver sujo? A lista caótica só aumenta.

    É um pouco clichê falar sobre a importância de um para-brisa limpo, bem instalado, com a vedação correta, sem estar embaçado ou arranhado.

    Os nossos óculos para pedalar vão além. São infinitos os erros que podemos cometer com essa peça tão importante para a nossa visibilidade e segurança.

    Vamos à lista:

     

    1 – Óculos certo para o rosto errado

    Não adianta nada você comprar o óculos mais lindo e caro de todos, se ele não servir bem em você. Cada pessoa tem uma medida e formato de rosto, e cada óculos é projetado pensando em um formato específico.

    Quem tem o rosto mais estreito não pode usar um óculos grande, que fica sobrando para os lados. Isso cria um problema de vedação entre a armação/lente e o seu rosto, levando muita sujeira e vento para dentro do seu olho.

    É claro que todo óculos tem uma permeabilidade mínima de ar, o que nos leva ao próximo tópico:

     

     

    2 – Aberturas para ventilação

    Como falado no tópico anterior, um grande problema de um óculos é não vedar corretamente o contato de qualquer sujeira com o seu olho.

    Você precisa de óculos que tenham uma boa vedação com o rosto, mas essa vedação nunca vai ser completa, como são por exemplo, os óculos de natação. Para pedalar, é necessário que exista um mínimo de ventilação para evitar que as lentes se embacem, sobretudo com os efeitos da nossa respiração.

    Algumas lentes possuem furos na parte mais alta, com o intuito de fazer o ar mais quente sair dali (lembram-se das aulas de físicas e que o ar quente, por ser menos denso tende a subir, certo?)

    Essas aberturas são importantes em modelos de alta performance, que naturalmente possuem boa vedação com o rosto.

     

    3 – Cuidado nos dias de chuva

    Em alguns dias de chuva é normal que os oculos embacem ou fiquem muito sujos, independente da qualidade do produto. Nesses casos, as vezes vale a pena tirar os óculos e pedalar sem eles.

    Todo marinheiro de primeira viagem já cometeu a gafe de tirar os óculos do rosto por estarem muito sujos de barro, e então, guarda-los dentro do bolso da jersey.

    A sujeira vai entrar em atrito com o tecido e vai lixar a lente por completo e, parabéns, você acaba de estragar o seu óculos.

    O local certo para guarda-lo é virado de cabeça para baixo e encaixado no capacete.

    Outra opção boa é deixa-lo pendurado na parte de trás da jersey, proximo à sua nuca.

     

    4 – Escolha das lentes

    Isso é um pouco polêmico e pessoal. Geralmente, as lentes mais escuras ficam para o ciclismo de estrada, enquanto a turma do MTB usa lentes mais claras, por passarem por matas fechadas etc. Em dias chuvosos, lentes claras para qualquer modalidade.

    Uma opção bem cotada para ambas modalidades são as lentes fotocromáticas. Elas cumprem muito bem a promessa de mudar de cor de acordo com a luminosidade do dia, ao passar por uma estrada aberta ou mata fechada.

    Uma tecnologia que não se aplica muito bem ao ciclismo são as lentes polarizadas. Elas fazem a mágica de neutralizar possíveis brilhos que apareçam em nosso caminho, como uma poça d’água refletindo a luz do sol ou um vidro de um carro que manda um brilho forte direto no nosso olho.

    Essa é uma boa tecnologia para surfistas, pois as pequenas ondas no mar emitem diversos focos de brilho, à todo instante.

    No ciclismo e no MTB esses incomodos não aparecem o tempo todo, tornando dispensável a tecnologia de lentes polarizadas. Acontece que, precisamos estar atentos à esses focos: um carro que vem brilhando lá de longe não pode perder enfâse na nossa visão. O mesmo vale para uma poça de água no asfalto: se o sol fizer ela brilhar é um bom sinal de advertência para a gente entender que ali tem água. Tudo certo em lidar com aquele brilho incômodo por alguns segundos, que mais serve como um sinal de advertência do que como inconveniente em si.

    Novamente, isso é uma questão de opinião. Vários ciclistas usam lentes polarizadas e gostam, alguns utilizam lentes muito escuras etc. Vale a pena você testar e ver o que sente bem!

     

    5 – Limpeza correta e imediata

    Chegou da trilha? Lave seus oculos imediatamente. O suor que fica ali na lente pode ser corrosivo para o material, o que vai diminuir a vida util das suas lentes. Deixar para lavar os óculos quando está saindo para pedalar, 24 horas depois de ter sujado, é um erro grotesco.

    Importante: lave seu óculos com detergente de cozinha – nenhum sabão ou sabonete vai servir. O detergente de cozinha é a unica opção que vai conseguir tirar todas as gorduras e sujeiras que chegam na lente, deixando ela zero bala.

    Como você lavou seu óculos com antecedência e só vai usar ele no próximo pedal, deixe-o secar naturalmente, na sombra.

    Se estiver saindo de casa e precisar secá-lo, utilize papel higiênico.

     

    6 – Com armação ou sem armação

    Esse é um ponto importante na hora de escolher um óculos, sobretudo para pedalar.

    A armação cria pontos cegos na nossa visão, principalmente se forem grossas e estiverem posicionadas em locais importantes da nossa visão.

    No ciclismo de estrada, a nossa posição aerodinâmica nos faz utilizar a parte de cima das lentes, próximo de onde estaria a armação superior.

    É por isso que alguns óculos de ciclismo eliminam a armação, fazendo com que não existam pontos cegos na nossa visão.

    Isso cria uma certa dificuldade em vedar o óculos com o rosto do ciclista, mas tras um outro ponto positivo: o baixo peso.

     

    7 – Arranhou? Troque!

    Andar com uma lente arranhada é a maior besteira que você pode fazer. Um arranhão incomodando a sua vista pode ser prejudicial para a saúde do seu olho. Não me perguntem como funciona tecnicamente, apenas sigam as regras dos oftalmologistas.

     

    8 – Óculos casual? Cuidado!

    Sair para pedalar com óculos que não são próprios para a prática esportiva pode ser perigoso. Óculos casuais podem utilizar lentes de vidro, que vão se comportar de forma indesejada em caso de quebra, podendo cortar seu olho ou rosto. As lentes esportivas são pensadas para impactos e proteção correta!

     

    9 – Proteções e originalidade

    É importante repetir o mantra: óculos não é acessório, é equipamento de segurança! Uma boa lente vai nos proteger de poeira e detritos que aparecem pelo nosso caminho em alta velocidade.

    Sem essa proteção, nosso olho seria a parte do corpo que mais iria sofrer com a prática do ciclismo e MTB.

    Assim como seu capacete salva sua vida, seus óculos tambem. Não faz nenhum sentido comprar óculos falsificados ou de procedência duvidosa. Lentes originais cumprem o papel de filtrar os raios UV, que são prejudiciais para os olhos e pele. Uma lente original tem a nitidez que seu olho precisa para não sofrer nenhum estresse constante, como o exemplo acima do arranhão. Essa nitidez é a garantia de que você vai enxergar tudo à sua frente, reduzindo o risco de tombos e acidentes.

    Essas lentes também passam por testes de impactos e simulam as diversas situações do nosso esporte.

    No mais, escolha um óculos bonito para não ficar igual um farrapeiro. Bons pedais!

    Compartilhe este post

    Deixe um comentário