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    Guia de previsões furadas para a Paris Roubaix 2025

    Nunca foi fácil prever quem será o vencedor de uma corrida de ciclismo, mas a Paris Roubaix sempre foi a mais difícil

    Se uma competição de ciclismo já é rodeada por um universo de incertezas, tombos, pneus furados, ataques e contra-ataques, condições meteorológicas inesperadas e um muito mais, a Paris Roubaix se destaca na vastidão dos seus milhões de paralelepípedos escorregadios e trepidações que podem criar a frequência perfeita para desmanchar a bicicleta de um campeão eventualmente bem cotado para a vitória.

    Além das incertezas, vale também destacar as certezas: não é comum um campeão do Tour de France se aventurar na Paris Roubaix. Fazem muitos anos que isso não acontece, é algo totalmente novo no ciclismo moderno. Pode esperar sentado que Jonas Vingegaard não vai se inscrever nessa prova tão cedo. É só o louco do Pogacar que vai competir a Roubaix usando a camisa de campeão mundial por cima da camisa amarela do Tour. E também da rosa do Giro.

    Outro dado concreto é sobre o peso dos ateltas. A média de peso dos atletas vencedores da Roubaix é de 74.7 kg, enquanto o “favorito” Tadej Pogacar está 7 quilos abaixo dessa média.

    Não, nesse caso, ser mais leve não é um bom indício, diferente do que estamos acostumados a ver no ciclismo comum, que larga com vantagem quem consegue economizar peso na bike e na carcaça.

    A Roubaix é uma corrida plana, de alta velocidade, sem o benefício de ser mais leve para tirar vantagem nas escaladas, que por lá não existem. É necessário ter uma massa muscular forte para suportar tantas horas de pancada – agora já saímos da matemática e voltamos para o “provável” e “na opinião comum”.

    Tadej Pogacar foi um pouco criticado por decidir competir a Roubaix, sobretudo depois do tombo que ele tomou na Milan San Remo. Outro acidente daquele pode significar uma pausa grande na sua temporada ou carreira brilhante. Outro ponto é que grandes nomes do ciclismo acham que ele não tem a mínima chance de ser dar bem. Outros, acreditam que ele pode ir bem sim.

    Agora sobre Mathieu Van der Poel, ele não só venceu duas Paris Roubaix, como venceu Pogacar alguns dias atrás. Isso nos mostra duas coisas: primeiro é que ele tem muita vontade e motivação para vencer essa prova. Segundo ponto é que ele provavelmente está em sua melhor forma física do ano (o menino Pogi talvez não esteja).

    Outra coisa é que em meio a essa pressão do Van der Poel vencer mais uma Roubaix, os patrocinadores dele já fizeram um certo barulho e parece até que vão lançar uma nova bike. Aquela cena dele vencendo no ano passado e mostrando a bike DURANTE O ATAQUE foi tão emblemática que a empresa deve ter concentrado todas as forças para o evento de 2025 ser ainda mais bonito.

    Por outro lado, o time de Pogacar chegou a falar que ele nem deveria correr a Roubaix – tirem suas próprias conclusões, não sei se este tópico chega a ser justo, no sentido de justificar algum tipo de baixo investimento na corrida.

    O que está motivando Pogi a ir na Roubaix é conseguir vencer os 5 monumentos - até hoje somente três ciclistas fizeram isso: Eddy Merckx, Rik van Looy e Roger de Vlaeminck.

    Deixando de lado esses nomes, fica outra grande questão dessa corrida: ela é excelente para nomes não cotados. Uma das grandes filosofias da Paris Roubaix que se aplica em qualquer ano é: cuidado com os nomes que você nunca ouviu. Já teve vez que um maluco foi só para compor o time e ser gregário, mas acabou vencendo, nem ele sabe como.

    E se chover? Aí é merda garantida, meu povo. Não tem mãe Diná nem bola de cristal que descubram quem vai ser o felizardo que vai ter a sorte e habilidade de chegar la no final com a bicicleta inteira.

    Pela época do ano é difícil que isso aconteça, mas a discussão é sempre válida para que um eventual show de horrores não pegue ninguém de surpresa.

    Vale lembrar que o “chicane” do ano passado vai deixar de existir, e isso está alegrando alguns competidores. Para quem não está lembrado, os organizadores desenharam uma “curva artificial” antes de os atletas entrarem na floresta do Arenberg, que é o setor de paralelepípedos mais importante da prova. Essa gambiarra que fizeram no percurso do ano passado era um redutor de velocidade (e mesmo assm Van der Poel quebrou o recorde de velocidade da prova).

    Esse ano, volta com o acesso normal ao Arenberg, com velocidade máxima e salve-se quem puder. É um ponto chave, claro.

    No meio de tantas incertezas, vence o mais sortudo? O mais habilidoso? O mais forte?

    Não sei. Eu avisei que isso aqui era só um guia de previsões furadas.

    Nos vemos no sábado para a corrida das mulheres e domingo para a corrida dos homens.

    Bons treinos!

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