• Início
  • Journal
  • Meu primeiro Duathlon
  • Meu primeiro Duathlon

    Meu primeiro Duathlon

    Cheguei a Juquitiba, 1h de SP, no fazendão que é um lugar repleto por trilhas preservadas pelo pessoal da Rocky mountain games e é um complexo envolto pela mata atlântica – um polo esportivo para trail run, mtb e aquathlon.

    Hoje era o dia do Duathlon Rocky Mountain Games, um cross duathlon, que diferente de quem corre e pedala no asfalto, exigia também competência e treinos técnicos de trilhas – os quais executei e me preparei com equipamentos, tenis e vestuário completo para enfrentar o tipo de terreno que estaria no percurso.

    No pórtico de largada já observava o AT (área de transição), onde deixei minha mountain bike, sapatilha, garrafas com bebidas ricas em carboidrato e sódio e capacete. Então me aqueci e vamos lá:

     

    Orientações do treinador: a orientação do Leandro Santana era: um bom aquecimento com ativações curtas, fazer a parte plana num ritmo forte, me preservar nas subidas fortes, mas intercalar caminhadas com corrida nas subidas em que pudesse fazê-lo. O tempo estipulado para a transição foi de 5 minutos e no mountain bike a orientação era tentar ir mais agressiva mesmo.

     A primeira etapa: 12 km de corrida com 450m de elevação. E para ser sincera, a preparação foi um tanto quanto… apressada. Treinei apenas três semanas para a corrida, contando com a minha "bagagem" de ultramaratonista e trail runner. Mas logo nos primeiros quilômetros, percebi a diferença brutal. Diferente da corrida na cidade, na terra cada passo era um desafio. Os terrenos irregulares, as subidas íngremes e as descidas técnicas exigiam muito mais dos meus músculos, acionando grupos musculares que eu nem lembrava que existiam rs. O percurso ía por estradas de terra batida, com a mata Atlântica densa, soltando aquele cheiro úmido de terra e folhas que só a natureza intacta possui.

    Aos 7 km, o golpe: minha perna esquerda travou. Uma pontada aguda que transformou cada passo mais pesado, mas estava muito feliz – já era esperado. Estava treinando na cidade nos planos com pouca subida e excedi um pouco o ritmo. O cansaço tentava se instalar, mas a cada respiração profunda, sentia o ar profundo, e a teimosia me impulsionava a seguir em frente rs. Minha mente focava nos passos, no ritmo, em manter a cadência, enquanto as paisagens se desdobravam à minha frente – sim, consigo sim visualizar isso na prova. Finalizei a corrida com a sensação de dever cumprido, dei o meu melhor e fiz o meu melhor, mas sabendo que a verdadeira aventura ainda estava para começar e que a transição seria crucial.


    A transição foi um borrão de movimentos rápidos. Trocar o tênis pela sapatilha, o visual de corredor pelo de ciclista, tudo em questão de segundos - minutos. A primeira vez a gente acha que vai esquecer algo rs! Ajeitei o capacete, subi na bike e senti o macaquinho Little Monkey da IQ se ajustar perfeitamente ao meu corpo. Foi minha primeira vez de macaquinho, por isso vale o relato. Fluiu bem na corrida e cumpriu no conforto e aerodinâmica para os 25 km de mountain bike que me esperavam.

    E que 25 km! As trilhas de Juquitiba estavam mais úmidas, mas acertei a calibragem. Usei 18psi em cada pneu nos meus 61 kilos na Caloi Elite Team HT. Pegamos a estrada, mas rapidamente já estávamos no terreno que mais parecia um grande XCO: curvas fechadas, single tracks, raízes, off cambers.

    Porém, a corrida intensa cobrou seu preço. A mountain bike, que até então era meu ponto forte, estava um pouco comprometida. Descobri na pele a importância vital dos treinos de transição para quem vai começar no duathlon. É essencial encaixar o ritmo ideal entre as duas modalidades, para que uma não sabote o desempenho da outra.


    Quando cruzei a linha de chegada, o cansaço era palpável, mas a sensação de euforia e realização era ainda maior. O corpo doía, mas a alma estava leve, revigorada. Mais do que completar a prova, testei meus limites e me desafiei em mais uma modalidade outdoor. O Duathlon Rocky Mountain Games em Juquitiba foi concluido, em uma prova de que cada gota de suor valeu a pena. Em uma das semanas mais corridas de trabalho da minha vida. Porque afinal, nós trabalhamos e treinamos para extrair a sensação de plenitude no esporte.

    E você, já teve alguma experiência em que a preparação de última hora te pegou de surpresa?


    Compartilhe este post

    Deixe um comentário