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    Cinco erros que todo iniciante ama cometer pedalando

    Existem alguns equívocos que se repetem em toda geração de ciclistas, resumidamente, por que as crenças sobre equipamentos, nutrição e técnicas de treinamento esportivo sempre foram rodeadas de mitos, tabus e crendices.

    Vamos ao nosso top 5 erros mais comuns:

     

    1 – Pneu vazio

    Não é de hoje. Parece que em alguma transmissão de olímpiadas ou Tour de France foi dito que os pneus das bikes levam até 120 PSI, o que deixou os amadores impressionados pelo fato de ser uma pressão “bem maior do que a do pneu dos carros”.

    E aí quando começam a andar de bike, todos pensaram que deveriam calibrar os pneus com, no mínimo, os mesmos 32 PSI que tradicionalmente colocam nos automóveis – mesmo que para andar de MTB – chegando as vezes à 40 ou 50 PSI.

    A verdade, creio que vocês já sabem, é que essas medidas muito altas vão deixar o pneu da sua MTB muito duro, sem tração e sem a deformação necessária. É óbvio que isso vária de cada pneu, tipo de terreno e peso do piloto, mas no geral, os ciclistas iniciantes tendem a errar para cima.

    A minha recomendação é testar a calibragem mais baixa.

     

    2 – Se alimentar pouco

    É incrível como os iniciantes caíram naquela história de que “comer pesa” ou “exercício físico atrapalha a digestão”.

    Quando saem para se exercitar, os iniciantes comem menos do que comeriam em um dia no escritório ou assistindo televisão – o que é totalmente incoerente, visto a discrepância de gastos calóricos que cada uma destas situações apresenta.

    É claro que você não deve cometer o erro de sair pra praticar qualquer esporte com a barriga cheia, mas vale lembrar que esse erro é menos ruim do que o de sair com a barriga vazia e sofrer por falta de combustível.

    Costumo dizer que nunca ficamos cansados por um pedal de longa distância, mas o que temos é na verdade uma falta de combustível. Quem se alimenta direito, consegue ir mais longe.

    Neste caso, vale mais a pena arredondar pra cima.

     

    3 – Selim muito confortável

    Existem uma gama de selins super acolchoados no mercado, inclusive algumas capas de gel super farrapeiras. Os iniciantes acreditam que quanto maior o acolchoamento, maior o conforto. Grande equívoco.

    Até certo ponto, é claro que é importante ter um selim com uma espuma que vai deixar o sistema menos duro, assim como reduzir as trepidações.

    Acontece que o acolchoamento em excesso faz com que o selim pressione os seus tecidos moles, tirando a pressão dos ísquios e levando para o períneo e outras partes mais “internas”. É nesse erro que moram aqueles casos sobre impotência sexual ou infertilidade em ciclistas – assunto que podemos explicar com mais detalhes futuramente.

    Em resumo, não tente instalar uma “poltrona” na sua bicicleta, pois você está se exercitando. Deixe a poltrona para a hora de assistir TV.

     

    4 – Selim muito baixo

    Esse erro é mais comum em ciclistas mais baixos e mulheres, principalmente se estiverem usando um quadro com um tamanho inadequado para eles (algo também muito comum)

    Como o piloto inexperiente ainda não tem muito equilíbrio, é comum que ele deixe o selim mais baixo, por que isso facilita subir e descer da bicicleta, principalmente para conseguir colocar um dos pés no chão.

    De fato, é sim mais fácil para se equilibrar nestes pequenos momentos, mas você pode acabar machucando o seu joelho durante o resto do tempo em que está pedalando com aquele bike fit inadequado.

    Não quer dizer que o selim muito alto vai preservar o seu joelho, tá? O selim muito alto vai fazer você ficar rebolando a cada pedalada, algo prejudicial para o quadril e que também aumenta a pressão no períneo. É preciso encontrar o meio termo!

     

    5 – Acreditar no “piloto automático”

    A bicicleta é diferente do carro, onde você tem um freio, um acelerador, marchas e volante. Na bike, não basta você “girar o guidão” pra direita e pronto. É preciso que você trabalhe o seu corpo inteiro a todo momento durante a pilotagem.

    Uma curva para a direita demanda que todo o seu corpo, tronco e cabeça sejam inclinados corretamente. Até a posição dos joelhos e cotovelos importa.

    Passar em um quebra molas exige muito mais do que somente frear e acelerar nos momentos corretos. Você precisa aliviar o peso nas rodas, “desenhar” aquele quebra molas com os seus braços e tudo vai ficar mais suave e com mais segurança (mais divertido também).

    Cada subida, descida, buraco e trepidação pedem uma posição corporal diferente. Iniciantes tendem a ficar em uma pose fixa o tempo todo e demoram algum tempo para aprenderem a se posicionar corretamente de acordo com cada momento da pilotagem.

    A melhor dica é assistir vídeos de Downhill e Enduro, mesmo que esse não seja o seu objetivo, mas você vai entender como funcionam as diferenças de posicionamento durante a pilotagem, que podem ser aplicadas em um simples quebra-molas ou descida de meio fio que você encontrar no seu caminho.

     

    Todo mundo conhece um amigo que ainda come mosca em algum ponto. Sempre tem um bróder que está começando a pedalar e fica flertando com as farrapeiragens do mundo da bike, e esses erros são sempre muito sofridos.

    O importante é a gente informar e passar o nosso conhecimento para frente, pra deixar o caminho mais fácil e menos sofrido pra quem a gente gosta.

    No mais, bons pedais a todos!


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